Sim, ele nasceu há mais de 30 anos, quando me mudava para este prédio à beira-mar. Plantado sobre a estrutura fria das lajotas e tubulações, foi ganhando força, vitalidade. Encantou os passarinhos com alimento e se sobrepôs, soberano, na lateral interna do edifício de quatro andares. Era a alegria das nossas gatinhas, sempre atentas à passarinhada que circulava nas folhas dessa portentosa criatura. Ontem, me despedi dele com um abraço e um agradecimento. Nos trouxe sombra, alegrias…. E já não cabia em suas bases, fazendo ruir o solo. Destino de tantas árvores urbanas… Sempre deve haver um novo caminho para elas, um replantio, um plantio distante das construções. Esta, teve seu longo destino vivido e compartilhado com os moradores e as vizinhas árvores do bosque que ainda vive solto, livre, logo após o muro de concreto…. Esta é a minha homenagem ao coqueiro e à natureza do bairro.
