Se eu não for embora,
não tenho como voltar.
Se não for agora, quando será?
Cedo ou tarde,
melhor não amargar.
Saio de fininho pra não me dissipar.
Levo amores e cartas recentes
vestígios de obras inacabadas.
Uma caneta e um caderno, para
não desacostumar.
Despeço-se sem dor nem alegria
Sem a pressão das horas.
Apenas sigo meu caminho
Testemunha de um tempo singular.
Marta Bertelli