O ano está acabando e logo começam as festas de encerramento das atividades das empresas, amigos-secretos, depois a família se reúne para a ceia e no Réveillon, mais comemorações. De repente vêm as férias e o agito continua e para manter a cadência lá no alto: chega o carnaval. Nós, brasileiros, e o povo ocidental, gostamos mesmo é de estímulos, e se já não bastassem os smartphones e seus inúmeros bips e o barulho do tráfego, nossas confraternizações estimulam o bate-papo, a música alta e o excesso em vários níveis.
E se de repente a gente contar até 10, inspirar e exalar lentamente e sentir que a nossa presença física e mental está no aqui/agora? Podemos fechar os olhos e deixar aquela nuvem de pensamentos passar e ir embora e permanecer neste estado de tranquilidade após abri-los. A gente não precisa somente ir a uma aula de Yoga e meditação ou ter o contato com a natureza para se conectar com o momento presente. De acordo com Eckhart Tolle, autor do best-seller O Poder do Agora, “o silêncio e a calma não são apenas ausência de barulho e conteúdo. São a dimensão mais profunda de nosso Ser.”
Segundo o site “physioquantum”, um grupo de pesquisadores alemães constatou que o silêncio tem relação com a melhoria de memória, emoções e aprendizado. Além disso, foi descoberto que os ruídos estão relacionados ao estresse. Estudiosos americanos descobriram que crianças que vivem perto de aeroportos têm mais vulnerabilidade ao estresse.
É muito pessoal como cada indivíduo cuida e encontra o seu silêncio dentro do caos urbano. Eu achei o meu por meio da prática de Yoga apenas indo às aulas uma vez na semana. Creio que em três meses eu já tenha percebido muitas mudanças na saúde mente-corpo. Mesmo que eu não pratique tanto em certas épocas do ano, aprendi a zelar pela pausa mental. O contato com a natureza e prática de exercícios orientais auxiliam no nosso relaxamento, mas o silêncio é mais simples e barato que se imagina.
Um jeito fácil e muito eficaz de acalmar a mente é por meio da respiração consciente. Algo que aprendi nas aula de Yoga. Ao respirar de forma consciente e voluntária, ativamos nosso sistema parassimpático, responsável por frear nossos impulsos e por nos manter calmos. A respiração que é feita nas aulas de Tai Chi Chuan, Qi kong e Yoga, por exemplo, equilibra nosso sistema nervoso e fortalece o nervo vago, relacionado à imunidade, inflamações, sistema cardíaco e muitos outras engrenagens do corpo humano.
Que tal tentar respirar melhor em 10 passos e ter um 2018 mais feliz?
- Prepare o ambiente, deixando-o higienizado, com uma fresta de ar e uma música calma, se quiser;
- Coloque seu celular no modo avião;
- Deite de barriga para cima (pode ser na cama ou num tapete de Yoga ou esteira de praia). Os pés podem ficar para cima, apoiados numa parede, deixando as nádegas bem próximas à parede. Você pode deitar também com os joelhos dobrados, ou, ainda, retos, com as pernas esticadas;
- Coloque a mão na parte superior do seu abdômen;
- Perceba como seu abdômen sobe e desce ao respirar;
- Agora inspire e sinta a barriga subir e depois o peito, quando exalar, empurre a barriga contra o chão, esvaziando completamente os pulmões;
- Agora inspire em quatro segundos, segure o ar no pulmões por quatro segundos, exale em seis segundos e segure sem ar por dois segundos;
- Faça este movimento nestes tempos por 10 minutos diariamente;
- Você pode convidar um amigo ou familiar para lhe acompanhar. O ideal é que cada um faça de cada vez, enquanto um respira conscientemente, o outro conta o tempo de inspiração exalação e contenção do ar;
- Pratique, pratique e pratique e diga adeus aos ansiolíticos em 2018!
Esta é uma contribuição da colaboradora do blog Priscila A. Almeida, jornalista e professora de Yoga em Florianópolis.