Caros leitores e leitoras,
O texto abaixo foge um pouco do perfil do blog, mas simplesmente me rendi ao discurso e ao talento do professor Carlos Alberto Di Franco, doutor em Comunicação pela Universidade de Navarra (Espanha) e consultor de grandes veículos brasileiros. Ele veio falar na última semana de maio em Floripa, a convite da Associação Catarinense de Imprensa, sobre o Futuro do Jornalismo. Carlos está atualizadíssimo e começou pelo ponto: as relações humanas estão sucumbindo ao mundo digital. O jornalista não sofre mais o fato, não vai mais às ruas apurar os fatos. E por que existe uma crise no jornalismo, na mídia? “Porque fazemos um jornalismo sem alma”, acredita.
É fato que as redações estão minguando e que as tiragens dos grandes veículos vêm caindo vertiginosamente em todo mundo, em detrimento dos portais de internet e das notícias on-line. “A ditadura das aspas ocupa o lugar da informação”. Porém, é o jornalista que ilumina a cena, defende o consultor.
Embora cada cidadão conectado possa ter seu próprio meio – Facebook, Instagram, por exemplo – é no jornalismo público, de alta qualidade e realizado por profissionais do ramo que nasce a informação, a análise de verdade. “Os usuários estão fascinados com seu poder de autoria, mas isso não é jornalismo”. O problema é que a internet faz o trabalho do jornalista parecer fácil. Acontece que a dura apuração dos fatos, das ideias, a correlação de fontes, a necessidade de trazer uma narrativa de impacto e fidedigna não é tarefa aprendida na esquina.
E ele nos lembra que clássicos épicos como Harry Potter, da britânica J. K. Rowling, e o Senhor dos Anéis, do britânico J. R. R. Tolkien, best-sellers mundiais entre a juventude, estão aí para provar que os jovens querem ler boas histórias. Não importa o tamanho ou a profundidade das obras. “Ninguém resiste a materiais inteligentes”.
E mais: os leitores estão cansados das más notícias, do enfoque desinteressante e viciado em ouvir a fonte, os dois lados e nada mais. Quantos de nós se sentem ainda mais desinformados depois de ler uma notícia ou de ver um telejornal? A contextualização dos fatos simplesmente escorrega pelo ralo. E as boas notícias sumiram dos noticiários por quê? Não dão audiência? Ele duvida. “Afinal, o jornalismo é como a vida, feito de luzes e sombras”.
A questão é que perdemos a capacidade de sonhar e de produzir pautas criativas. Entretanto, os usuários e leitores estão aí, lendo as notícias nas redes, nos aplicativos, nos jornais digitais e impressos, fazendo a audiência nos meios eletrônicos. “O jornalismo está mais vivo do que nunca! É hora, portanto, de contar boas histórias para manter a atenção e o interesse da nossa grande plateia”, resume.
Quando a questão é a política, nos dá um alento: sairemos melhores da crise, a mídia está apurando os fatos. No seu ponto de vista, as denúncias de corrupção que correm disseminadas em todos os setores da sociedade vão exigir a vinda de uma nova ordem política, social e econômica. Que assim seja!
Oi Marta, muito bem vindas as ideias e acredito que, de fato, o Jornalismo está e deve continuar mais vivo do que nunca.Seu papel é fundamental. Adorei seu texto e também tenho a esperança que essa crise, como as inúmeras que atravessamos, nos leve ao crescimento.
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